Significado de Salmos 135

Salmos 135

O Salmo 135 é uma canção de louvor e ação de graças a Deus, chamando Seu povo para adorá-Lo e reconhecer Sua grandeza e poder. O salmo é dividido em duas partes, com a primeira parte enfocando a supremacia de Deus sobre todos os outros deuses, e a segunda parte celebrando Seu poder e providência sobre toda a criação.

A primeira seção do salmo 135 começa com um chamado para louvar o Senhor, seguido por uma declaração de Sua superioridade sobre todos os outros deuses. O salmista lembra ao povo os grandes feitos e maravilhas de Deus, incluindo Sua libertação de Israel do Egito e Sua derrota dos reis cananeus. O salmista enfatiza que o Senhor é o único Deus verdadeiro e que todos os outros deuses são falsos e impotentes.

A segunda seção do salmo 135 continua o tema do louvor e ação de graças, enfocando o poder e a providência de Deus sobre toda a criação. O salmista declara que Deus está no controle do clima, das nações e do cosmos, e que Ele é quem provê e sustenta Seu povo. O salmista encoraja o povo a continuar confiando em Deus, mesmo em tempos difíceis, e a lembrar que Ele é fiel às Suas promessas e ao Seu povo.

No geral, o Salmo 135 é um poderoso lembrete da supremacia e providência de Deus, e encoraja os leitores a confiar Nele e a louvá-Lo por Sua bondade e poder. O salmo nos lembra que Deus está no controle de todas as coisas e que é Ele quem supre nossas necessidades e nos sustenta. Isso nos encoraja a adorá-lo com alegria e ação de graças e a lembrar de sua fidelidade e poder em todos os aspectos de nossas vidas.

Introdução ao Salmos 135

O Salmo 135, um salmo de louvor descritivo que relembra ideias e motivos de vários salmos anteriores, pode ter sido escrito depois do exílio em Babilônia. O salmo expõe os atos salvadores do Senhor no período do Êxodo e contém um ataque mordaz à idolatria, extraído do Salmo 115. O início e o fim deste poema estão escritos em forma de liturgia. A estrutura é a seguinte: (1) convocação dos sacerdotes a bendizer o nome do Senhor (v. 1-4); (2) louvor ao Senhor, único Deus grandioso e atuante (v. 5-7); (3) elogio aos atos salvadores do Senhor (v. 8-12); (4) ode ao nome salvador do Senhor (v. 13,14); (5) desdém aos deuses impotentes e ineficazes das nações (v. 15-18); (6) convocação do povo para bendizer o nome do Senhor (v. 19-21).

Comentário ao Salmos 135

Salmos 135:1-5 Servos do Senhor. Este salmo começa com uma convocação aos sacerdotes de Israel para louvarem a Deus no templo (Sl 134.1,2). Nos Salmos, o termo afetivo tesouro peculiar só é empregado neste local.

Salmos 135:1-4 (Devocional)

O Senhor é Bom

O Salmo 135 e o Salmo 136 formam um apêndice dos Cânticos de Subida (Salmos 120-134). Eles são os cânticos de louvor de todo o Israel por causa da bondade e das grandes misericórdias do SENHOR, agora que Israel é novamente uma nação de doze tribos que retornou à terra com Ele. No Salmo 135, a nação restaurada de Israel é chamada a louvar o Nome do Senhor. O Salmo 136 é a resposta para isso.
No Salmo 135 vemos representantes das doze tribos nos átrios da casa do Senhor. Eles são chamados a engrandecer o SENHOR (Sl 135:1-4) por causa de Seu grande poder e Sua redenção (Sl 135:5-12) e por causa da purificação do povo (Sl 135:13-18). Nos versículos finais, todos são chamados a louvar o SENHOR (Sl 135:19-21).

O salmo começa com “louvado seja o SENHOR!” ou “aleluia!” (Sl 135:1). Esta palavra “aleluia” que significa “louvado seja o SENHOR” ocorre quinze vezes nos Salmos, a primeira vez apenas no Salmo 104 (Salmos 104:35). No Novo Testamento, esta palavra ocorre apenas – e apenas quatro vezes – no livro do Apocalipse, quando o SENHOR aceitou o reino (Ap 19:1; 3; 4; 6). Esse uso esparso na Bíblia contrasta fortemente com o uso frequente dessa palavra em certas partes do cristianismo professo.

Neste salmo, o “aleluia” soa três vezes (Sl 135:1; Sl 135:3; Sl 135:21). O objeto do louvor é “o Nome do SENHOR”; os portadores do louvor são os “servos do SENHOR”. O Nome do SENHOR é “EU SOU O QUE SOU” (Êxodo 3:14), ou seja, Ele é sem princípio, sem origem. Ele mesmo é a origem de tudo. Ele é o Eterno, o Ser eternamente.

Ele criou tudo para Sua glória. Portanto, convém a toda criatura louvá-lo. Nem todas as criaturas o fazem. Seus servos sim. É um enorme privilégio servi-Lo, porque isso significa estar em Sua presença. Isso por si só é motivo suficiente para louvá-Lo.

Em seguida, é mencionado o local onde o louvor é feito (Sl 135:2). Acontece “na casa do Senhor, nos átrios da casa do nosso Deus”. “A casa do Senhor” – isto é, o novo templo descrito por Ezequiel (Ezequiel 40-43) – é a Sua morada no meio do Seu povo. “Os átrios” são o átrio para os sacerdotes e um grande átrio, ou exterior, para o povo (2Cr 4:9). Os dois tribunais mostram que há uma separação entre os sacerdotes e as pessoas comuns (cf. Ez 10:3; Ez 10:5).

Esta separação não existe para o crente da igreja. O crente do Novo Testamento é tanto um sacerdote quanto um membro comum do povo (1Pe 2:5; 1Pe 2:9). O fato de ser sacerdote aponta para o privilégio de se aproximar de Deus com sacrifícios. O fato de ele ser um membro comum do povo indica em sua vida diária que ele deve viver de acordo com seu alto chamado como filho de Deus para ser uma testemunha no mundo. Sua vida na ‘grande corte’ do mundo ocorre na presença direta de Deus, embora suas obrigações terrenas o impeçam de pensar nisso em termos concretos. Sua vida é para o louvor de Deus quando ele se lembra em tudo que vive diante de Sua face.

Há motivos para louvar o SENHOR, “porque o SENHOR é bom” (Sl 135:3). Só ele é bom (Mar 10:18). Ele é bom em Seus benefícios para Seu povo em virtude da nova aliança (Jr 31:31-34). Há duas razões para engrandecê-lo:

1. Seu eterno poder e Divindade, que são evidentes na criação.
2. Seu poder redentor.

Vemos o primeiro aspecto em Apocalipse 4 e o segundo em Apocalipse 5.

Também há razão para cantar salmos “por causa do seu nome, porque é amável” (cf. Sl 147,1). Ele tornou Seu nome conhecido em amor ao Seu povo, o que Ele também provou, como diz o próximo versículo.

A palavra “para” com a qual o Salmo 135:4 começa indica que agora segue o motivo do chamado no versículo anterior. Um relacionamento íntimo foi estabelecido entre Deus e Seu povo. Esse relacionamento emana de Deus. Ele “escolheu Jacó para si mesmo, Israel para sua possessão” (cf. Êxodo 19:5; Deu 7:6; Deu 14:2; cf. Mal 3:17).

A palavra “possessão” refere-se a um tesouro precioso, que é cuidadosamente guardado e que é a alegria especial de um rei (cf. Ex 19,5; Mt 13,44). Esta é uma maravilha da graça, sobre a qual as pessoas só podem se maravilhar e se alegrar com gratidão. Por isso ele pode louvar ao SENHOR e cantar salmos.

É claro que a eleição de Jacó por Deus não é de forma alguma devida ao próprio Jacó. O nome Jacob significa ‘portador de saltos’. A vida de Jacob – e a dos seus descendentes – prova que ele ‘honrou’ o seu nome. Isso só aumenta a maravilha de sua eleição. Quando se acrescenta que Deus elegeu “Israel para sua possessão”, é porque Ele fez de Jacó Israel. Deus tem feito isso. A Ele, portanto, pertence toda honra, louvor, glória e adoração.

Para nós, crentes da igreja, o mesmo se aplica e em grau ainda maior. Podemos saber que Deus nos escolheu para Sua possessão, o que significa que Ele nos predestinou para a adoção de filhos para Ele (Ef 1:4-5). Este é um privilégio insondável e imensurável quando consideramos o que somos por natureza e de onde viemos.

Vivíamos em pecado e merecíamos a segunda morte: o lago de fogo (Ap 20:14-15). Não tínhamos absolutamente nenhum direito a nada. E agora fomos feitos membros da família de Deus (Ef 2:11-22). O que Israel é como povo, nós somos pessoalmente. Somos pessoalmente os objetos especiais de Sua graça e alegria (Tito 2:14; 1Pe 2:9). Isso não pode deixar de nos trazer grande admiração e gratidão que expressamos em louvor Àquele que concebeu e realizou tudo isso (Ap 1:5-6).

Salmos 135:6, 7 Tudo o que o Senhor quis. Estas palavras são uma adaptação das de Salmos 115.3. As palavras relâmpagos para a chuva parecem ser uma citação de Jeremias 10.13, indicando que este salmo foi escrito após o cativeiro babilônico. O objetivo desta parte é claro: Deus está agindo em toda a criação. Os deuses das nações, pelo contrário, nada fazem, são impotentes (v. 15-18).

Salmos 135:5-7 (Devocional)

O SENHOR é grande

Do fundo de seu coração, o justo reconhece em uma enfática confissão pessoal, “eu”, que “o Senhor é grande” (Sl 135:5). Este é, por assim dizer, o eco da confissão pessoal de Jetro quando ele viu o que o Senhor havia feito a Israel (Êxodo 18:11). Ele é absoluto em Sua grandeza. É tolice fazer qualquer comparação entre Ele e qualquer outra pessoa ou qualquer outra coisa. Não há ninguém e nada para compará-lo (Êx 15:11; Is 40:18; Is 40:25). Os deuses que estão lá são diminuídos em Sua presença.

Os muçulmanos gritam ‘allahu akbar’ – significando ‘alá é maior’ (que outros deuses) – mas o salmista exclama “o Senhor é grande”. No livro de Isaías, o SENHOR é chamado de “o Primeiro e o Último” (Is 44:6), significando que Ele não é apenas o maior, mas também o Único, o único Deus verdadeiro. Não há Deus fora Dele.

Ele é o “Senhor”, Adonai, o Soberano Governante do universo. É assim que os justos O conhecem, pois falam de “nosso Senhor”. Ele é o Governante absoluto, que pode e faz tudo o que Lhe agrada (Sl 135:6). Ele não apenas tem uma vontade soberana, mas também poder e poder absolutos para realizar Sua vontade. Tampouco há área ou território que possa escapar de Seu poder. Sua soberania e poder são ilimitados. Ele faz o que Lhe agrada “no céu e na terra” e também “nos mares e em todos os abismos” (cf. Jr 10,13; Jr 51,16). As “profundezas” são as águas subterrâneas.

Que Ele é o Senhor da criação é um fato. Que Ele é Senhor sobre os homens é uma escolha no momento. Os crentes reconhecem Seu senhorio, os incrédulos não, isto é, ainda não. Pois um dia está chegando “em que ao nome de Jesus todo joelho se dobrará, daqueles que estão no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai “ (Fp 2:10-11).

O universo inteiro é criado por Ele e, portanto, sujeito a Ele. Aqui não se trata principalmente do SENHOR como Criador, mas de Seu poder sobre a criação. É sobre o poder eterno de Deus e a natureza divina, que foram vistos claramente, sendo entendidos por meio do que foi feito (Rm 1:20). Conhecer Seu poder eterno e Sua natureza divina deve nos levar a honrá-Lo e dar graças a Ele como Deus (Rm 1:21). Isso é o que o salmista está fazendo aqui.

Seu poder é evidente em fazer subir os vapores (Sl 135:7). Falamos em evaporar a água, mas o salmista nos ensina aqui que Deus faz isso. Os cananeus acreditam que o Baal faz isso. No futuro, o homem acreditará que a besta pode fazer qualquer coisa (Ap 13:4). O remanescente, entretanto, coloca sua confiança naquele que disse que a ele foi dada toda a autoridade no céu e na terra (Mateus 28:18).

O salmista não está falando como um físico, mas como um crente que sabe que tudo o que acontece na terra vem de Deus, é feito por Ele. Da mesma forma, falamos de ‘clareia’ e ‘sopra’, enquanto aqui lemos que Deus “faz os relâmpagos para a chuva” e “tira o vento dos seus tesouros” (cf. Jó 38,22). Ele é realmente incomparavelmente grande. Nós clamamos com o compositor da canção: ‘Quão grande és Tu, quão grande és Tu!’

Salmos 135:8 Primogênitos do Egito. Como no Salmo 78, este repassa os eventos do Êxodo, culminando nos eventos da Páscoa (Êx 12.12). A derrota do Egito foi obra exclusiva do Senhor. Israel foi Seu instrumento; a batalha era dele (Êx 15.3).

Salmos 135:9-14 Os atos de salvação de Deus estabeleceram Sua reputação. Por causa deles, Seu nome e Sua fama se espalharam pelo mundo. Se arrependerá. Como no Salmo 147, os que haviam enfrentado tribulações e tinham vindo se restaurar do exílio precisavam saber que a promessa da graça de Deus continuava válida (Sl 132).

Salmos 135:8-12 (Devocional)

Deus Redime Seu Povo

Deus não é apenas grande em Seu poder sobre a criação e a natureza, Ele também é grande quando usa Seu poder para redimir Seu povo. Esse povo Ele escolheu para ser Seu povo, para que O sirvam. A redenção do remanescente de Israel no futuro é agora descrita na linguagem da redenção do Egito.

A redenção do Egito é um prenúncio da redenção por vir. A redenção do Egito se concentra na morte do primogênito (Sl 135:8), e de Sl 135:10 na morte dos reis hostis. A redenção futura envolve expulsar o anticristo e derrotar os reis das nações.

Na libertação deles do Egito, Deus agiu com grande demonstração de poder. A maior demonstração de poder é mencionada primeiro, que é Seu poder sobre a vida e a morte. Para a libertação de Seu povo, Ele quebrou o poder do inimigo ferindo “os primogênitos do Egito, tanto de homens como de animais” (Êxodo 11:5; Êxodo 12:29). É o ponto culminante das dez pragas no Egito, o ponto culminante dos sinais e maravilhas para o povo de Deus. O Egito é atingido no coração por isso.

Ele fez com que essa demonstração suprema de poder fosse precedida por “sinais e maravilhas no meio de ti, ó Egito” (Sl 135:9; Sl 105:27-36). No meio de sua argumentação, o salmista repentinamente se dirige ao Egito, tão envolvido e impressionado com o que Deus fez. O faraó e todos os seus servos tiveram que reconhecer o poder de Deus nos sinais e maravilhas feitos em seu meio.

Os israelitas devem sua existência à libertação do Senhor do Egito. É por isso que isso é repetido de novo e de novo (cf. Sl 78:51; Neh 9:10). Os crentes da dispensação do Novo Testamento percebem que devem sua existência à redenção do Senhor Jesus na cruz do Calvário. Portanto, a sua redenção também é mencionada com regularidade (cf. Gl 2,20; Ef 1,7; Ap 1,5).

Depois de libertar Seu povo da escravidão do Egito, Ele não os deixou sozinhos. Em sua jornada pelo deserto, Ele “feriu muitas nações e matou reis poderosos” (Sl 135:10; Dt 7:1) que procuravam barrar seu caminho para a terra prometida.

A primeira redenção de Israel é sua redenção do poder do falso rei, Faraó do Egito. A primeira libertação no futuro é do poder do falso rei de Israel, o anticristo. A libertação final de Israel, antes que o povo entre na terra prometida, é das forças hostis no deserto do Jordão. A última libertação de poderes hostis no futuro, pouco antes do reino da paz, também está na área ao leste da Jordânia, ou seja, do poder das nações hostis em Edom (Is 63:1-6).

Deus matou “Siom, rei dos amorreus, e Og, rei de Basã” e derrotou “todos os reinos de Canaã” (Sl 135:11; Nm 21:21-26; Nm 21:33-35; Dt 2:30 -33; Deu 3:1-6). Sihon e Og são mencionados pelo nome. A derrota desses reis é descrita em detalhes em Josué 12 (Js 12:1-6). Eles são as primeiras nações hostis das quais Deus diz a Seu povo para conquistar e tomar posse de seu território. Do restante dos reis, “todos os reinos”, apenas os nomes são mencionados em Josué 12 com a menção ao final de “ao todo, trinta e um reis” (Js 12:9-24).

Tendo assim pavimentado o caminho para o Seu povo em poder e majestade, Deus deu a terra das nações hostis “como herança, uma herança a Israel, Seu povo” (Sl 135:12; Dt 4:38; Sl 111:6). A herança consiste tanto na posse da terra a leste do Jordão (Dt 3:12) quanto na posse da terra de Canaã.

Salmos 135:13-14 (Devocional)

O Nome SENHOR

O nome Yahweh é o Nome de Deus pelo qual Ele se deu a conhecer a Seu povo e se comprometeu com eles (Sl 135:13). Nesse Nome Ele enviou Moisés para libertar Seu povo da escravidão e declarou que este seria Seu Nome para sempre, “por todas as gerações” (Êxodo 3:15; Êxodo 6:3; Êxodo 6:6-8). Nesse Nome Ele tomou sobre Si o cuidado deles para sempre. O Nome aqui está associado a “Tua lembrança, ó SENHOR”. Este também é o caso da Ceia no Novo Testamento, da qual o Senhor Jesus disse para comer o pão e beber o vinho “em memória de mim” (1Co 11:23-26).

Esse Nome é a garantia de que Ele fará justiça para o Seu povo depois que o povo tiver falhado completamente (Sl 135:14). Eles viraram as costas para Ele e começaram a servir aos ídolos. Moisés descreve isso em seu cântico em Deuteronômio 32 (Dt 32:36-39). Com base nisso, o SENHOR deveria, pelo exercício da justiça, exterminá-los.

Moisés também canta que o Senhor “se compadecerá de seus servos”. “Seus servos” são aqueles entre as pessoas que permaneceram fiéis a Ele, um remanescente. Para eles Ele cumprirá Sua aliança. Ele lhes dará justiça com base na obra de Cristo na cruz. Através disso, a reconciliação foi estabelecida entre eles e Deus e Deus pode cumprir Suas promessas para eles.

Salmos 135:15 Os ídolos das nações. Este versículo é uma citação de Salmos 115.4-8. E um ataque irônico e devastador à idolatria pagã. As pessoas que retornavam de Babilônia estavam enfastiadas de tanto ver ídolos; finalmente, o povo de Israel poderia voltar a adorar o único Deus verdadeiro.

Salmos 135:16-21 Dizer que o Senhor é bendito é identificá-Lo como fonte de toda bênção (Sl 103.2) e ser-lhe grato por tudo o que concedeu. Esta parte é uma liturgia contínua para as pessoas se estimularem umas às outras em adorar ao Senhor.

Salmos 135:15-18 (Devocional)

O ridículo dos ídolos

Nesta seção é apresentado o julgamento sobre os ídolos (cf. Sl 115,4-8). Este é um aviso para as pessoas e deve impedi-las de dar qualquer valor a esses ídolos. Infelizmente, eles fecharam os olhos para isso. Eles cometeram fornicação com os ídolos (Os 2:2-15; Os 4:17). Como resultado, esses ídolos também se tornaram a causa de sua queda (cf. Dt 32,37-39). Para isso, as dez tribos foram levadas para a dispersão pelos assírios. Por isso, as duas tribos foram levadas para o exílio na Babilônia pelos babilônios.

“Os ídolos das nações” mostram-se inúteis na defesa de Canaã. Deus acaba com eles completamente e dá a terra ao Seu povo. O mundo inteiro pertence a Ele e Ele determina quem mora onde, a partir da área que reservou para o Seu próprio povo (Dt 32:8).

Os ídolos, por serem de “prata e ouro”, podem parecer tão brilhantes e valiosos como sempre, nada mais são do que “obra das mãos do homem” (Sl 135:15; Is 40:19). É loucura confiar em algo de sua própria fabricação, para o qual o material foi retirado de uma criação perecível (Is 44:9).

A descrição dos ídolos é cheia de sarcasmo. Veja estas imagens: “Eles têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não veem” (Sl 135:16). Você pode perguntar o que quiser, mas não obterá resposta, porque eles não falam. Você pode se curvar a eles e pedir sua atenção, mas eles não o verão, porque não podem ver.

Há também orelhas feitas na cabeça (Sl 135:17). Você pode pensar que eles o ouvem se você gritar alto, mas eles não o ouvem, pois são feitos de matéria morta. Você não vê então que não há “nenhum fôlego em suas bocas”? Respirar geralmente significa vida, mas os ídolos são totalmente sem vida.

Esses produtos humanos mudos, cegos, surdos e sem vida nada mais são do que uma representação do pensamento de seus criadores. Portanto, seus criadores se tornarão como eles (Sl 135:18). “Todo aquele que neles confia”, quem adora esses ídolos mudos e espera algo deles, ficará tão mudo, cego, surdo e sem vida quanto eles. Foi o que aconteceu com o povo de Israel (Is 43:8; Jr 5:21). Esta é geralmente a condição da humanidade no tempo do fim (Ap 9:20).

Salmos 135:19-21 (Devocional)

Clame para Bendizer o Senhor

O salmo termina com um apelo quádruplo para abençoar ou louvar o SENHOR (Sl 135:19-20). O apelo é dirigido a toda a “casa de Israel”, à “casa de Aarão” (Sl 135,19), à “casa de Levi” e a “vós que reverenciais o Senhor” (Sl 135,20). Esta chamada corresponde a chamadas anteriores (Sl 115:9-11; Sl 118:2-4), às quais a “casa de Levi” é adicionada aqui.


Divisão dos Salmos: 
Livro I Livro II Livro III Livro IV Livro V