Significado de Romanos 5

Romanos 5

Romanos 5 enfoca os benefícios da justificação pela fé em Jesus Cristo. Neste capítulo, o apóstolo Paulo explica como os crentes têm paz com Deus, acesso à graça e esperança de vida eterna por meio da fé em Jesus Cristo.

Paulo começa enfatizando que os crentes têm paz com Deus por meio da fé em Jesus Cristo. Ele explica que, antes da justificação, éramos inimigos de Deus e sob Sua ira por causa do nosso pecado. No entanto, pela fé em Jesus Cristo, fomos reconciliados com Deus e agora podemos ter paz com Ele. Esta paz não é apenas um sentimento ou emoção, mas uma reconciliação real e duradoura com Deus.

Em Romanos 5, Paulo também explica como os crentes têm acesso à graça por meio da fé em Jesus Cristo. Ele diz que recebemos a graça de Deus, que nos trouxe justificação e salvação. Essa graça não é algo que ganhamos ou merecemos, mas um presente gratuito que recebemos por meio da fé em Jesus Cristo. Paulo enfatiza que esta graça está disponível para todos os que creem, independentemente de sua origem ou pecados passados.

Finalmente, Paulo conclui Romanos 5 enfatizando a esperança de vida eterna que os crentes têm por meio da fé em Jesus Cristo. Ele diz que fomos justificados e seremos salvos pela vida de Jesus Cristo. Isso significa que podemos ter confiança em nosso futuro e esperança na vida eterna com Deus.

Em resumo, Romanos 5 enfatiza os benefícios da justificação pela fé em Jesus Cristo. Os crentes têm paz com Deus, acesso à graça e esperança de vida eterna por meio da fé em Jesus. Paulo enfatiza que esses benefícios estão disponíveis para todos os que creem, independentemente de sua origem ou pecados passados. A mensagem de Romanos 5 é uma mensagem de esperança e certeza para todos os que colocam sua fé em Jesus Cristo.

Comentário de Romanos 5

5.1 Paz com Deus. A paz mencionada aqui não é um sentimento subjetivo de sossego, mas um estado. E estarmos em paz, em vez de estarmos em guerra. As hostilidades entre Deus e o cristão cessou. O cristão foi reconciliado com Deus.

5.2 Temos entrada pela fé. Ou seja, podemos entrar e estar na presença de Deus. Significa aproximar-se, ter acesso à sala do trono real. Aos cristãos foi concedido o direito de estarem de pé diante de Deus. Embora, tenham sido rebeldes no passado, os cristãos não precisam enfrentar o julgamento divino. Pelo contrário, eles se aproximam do Seu trono real pela graça, ou pelo favor do Rei. Nos gloriamos. Equivale a jactar-se, orgulhar-se. Esperança. Ou seja, expectação. Os cristãos gloriam-se na clara expectativa da glória de Deus. Eles estão seguros, porque o próprio Deus colocou,
no coração de cada um, o Espírito Santo (v. 5).

5.3 Gloriamos. É a mesma palavra grega usada no versículo 2. Os cristãos podem se alegrar, podem se gloriar, vangloriando-se não apenas diante da sua esperança futura (v. 2), mas também nas suas dificuldades no presente. As tribulações mencionadas aqui são ilusórias às dificuldades físicas, como o sofrimento e a angústia. Paciência significa resistência. As tentações e as tribulações produzem resistência, quando a fé é exercitada durante esses tempos difíceis (Tg 1.2, 3). Semelhante fé produz sua própria recompensa (Mt 5.10-12; 2 Tm 2.12).

5.4 A paciência desenvolve o caráter, a qualidade de ser aprovado. Uma vez que os cristãos suportam a tribulação, Deus trabalha neles para que desenvolvam certas qualidades e virtudes, que os fortalecerão e os atrairão para um relacionamento mais íntimo com ele. O resultado é o fortalecimento da esperança em Deus e em Suas promessas.

5.5 A esperança que os cristãos têm da glória futura com Deus não traz confusão, pois ela certamente se cumprirá. Os cristãos não serão envergonhados ou humilhados por causa da sua esperança. A razão de tamanha confiança por parte dos que têm fé é que o amor de Deus está derramado em nosso coração. Quando a pessoa confia em Cristo e o recebe, ela recebe o Espírito Santo (Rm 8.9), que constantemente a encoraja a manter sua esperança em Deus.

5.6 Aqui, Paulo explica a natureza do amor de Deus. Ele nos amou estando nós ainda fracos e quando éramos ainda ímpios. Deus nos amou tanto que enviou o Seu Filho para morrer por nós (v. 8). Ele nos ama como somos, mas nos ama tanto que transforma o nosso modo de viver (Jo 15.16; Fl 1.6).

5.7, 8 O amor de Deus é verdadeiramente notável. E possível que alguém se encoraje a morrer por um justo (gr. dikaíõs), ou seja, por um homem íntegro e honesto, um cidadão respeitável e bom, uma pessoa útil ou benevolente (gr. agathós). Porém, Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores (gr. hamartõles). Essa é uma demonstração clara do amor de Deus. Ele nos recebe do jeito que estamos e, a partir daí, começa a fazer algo novo e belo.

5.9, 10 Se Deus nos amou quando nós estávamos desamparados, quando éramos inimigos ímpios, Ele não nos amará mais ainda agora que somos os Seus Filhos? Pelo seu sangue... pela morte de seu Filho nós somos justificados, declarados justos e reconciliados. Ou seja, nosso estado de alienação de Deus foi transformado. Os cristãos não são mais inimigos: eles estão em paz com Deus (v. 1). Seremos por ele salvos. Muitos acham que esses versículos fazem referência à salvação final da presença do pecado. No entanto, neste contexto, Paulo começa a falar sobre a salvação do poder do pecado (Rm 6). Portanto, a ira mencionada aqui é a ira de Deus no presente (Rm 1.18), e a sua vida é a vida de Cristo nos cristãos (v. 18).

A questão é: Se o amor de Deus e a morte de Cristo trouxeram justificação, o resultado desse amor é que nós podemos esperar a salvação da ira de divina. Para experimentar essa verdade, o cristão deve cooperar completamente com o processo descrito em Romanos 6.1-14 (ver também Jo 8.32). O cristão deve morrer para o pecado e apresentar-se a Deus como instrumentos de justiça (Rm 6.13).

5.11 A pessoa justificada não só está livre da ira de Deus por causa da morte de Cristo, mas também deve gloriar-se em Deus por causa da vida de Cristo. A palavra traduzida por gloriamos é a mesma do versículo 3. As bênçãos que a justificação traz aos que a recebem culminam na alegria por nosso Senhor Jesus Cristo. Esta última expressão é idêntica a de Romanos 5.1. Devemos tudo o que temos ao Senhor Jesus Cristo.

5.12-21 Esse parágrafo contém uma comparação entre Adão e Cristo, sendo a perícope interrompida por uma reflexão parentética (v. 13-17). A comparação começa no versículo 12, é enunciada formalmente no versículo 18 e é explicada no versículo 19.

5.12 Um homem. Isto é, Adão. Através dele entrou o pecado no mundo. O pecado trouxe a morte. A consequência do pecado é que a morte tornou-se uma experiência universal. A frase porque todos pecaram não é uma referência a qualquer pecado que alguém cometa em algum momento da vida, como se fosse alusiva aos pecados individualmente cometidos. Paulo está conduzindo seus leitores ao início da história humana, conduzindo-os ao pecado original, aquele que acarretou a morte de todos nós. Aqui se manifesta a unidade do gênero humano. Em Adão, todos nós pecamos (1 Co 15.22). O resultado é a morte física e espiritual do ser humano. Todos nós herdamos de Adão a natureza pecaminosa. Além disso, como resultado do nosso pecado em Adão, nós enfrentamos um castigo comum a todos — a morte.

5.13, 14 Até à Lei, porque antes da Lei de Moisés ter sido determinada, o pecado humano não foi imputado. Ou seja, não foi lançado na conta de alguém, ou atribuído a alguém, como se fosse feita uma anotação em um livro-caixa. Em outras palavras, o pecado estava presente no mundo desde Adão até Moisés, mas Deus não levava em consideração os pecados cometidos antes do estabelecimento da Lei porque não havia nenhuma legislação que pudesse ser obedecida ou desobedecida. Não pecaram. E uma referência àqueles que, depois de Adão e antes de Moisés, não cometeram qualquer transgressão, pois não havia qualquer regulamentação semelhante à Lei de Moisés estabelecida para eles. Mas eles pecaram, e a forma pela qual sabemos disso é que a morte também reinou sobre eles.

5.15 Através de um único homem, Adão, veio a morte. Também por intermédio de um só homem, Jesus Cristo, a graça e o dom de Deus, a vida eterna, foi concedida. Muito mais. As obras de dois homens, Adão e Jesus, não são meramente antitéticas. As obras de Cristo são maiores, e por isso a graça de Deus em Cristo pode suplantar a pecaminosidade que tem por origem as obras de Adão.

5.16 A condenação veio ao mundo através de Adão. O termo condenação é utilizado apenas três vezes em todo o Novo Testamento, sendo todas essas ocorrências em Romanos (v. 18; 8.1). A palavra é alusiva à punição que segue uma sentença judicial. Assim, por intermédio de Cristo, recebemos o dom gratuito que resultou na nossa justificação. Ou seja, o objetivo ou a meta do dom é a justificação ou a atribuição de retidão. No versículo 18, a mesma palavra é traduzida por ato de justiça. Em outras palavras, a resposta que segue o recebimento do dom da vida eterna é a vida em integridade e justiça. Não é uma referência à justificação por fé, mas ao aspecto mais prático da fé, caracterizado por atos de justiça (Rm 6.16). Logo, esse versículo contrasta a servidão penal de um pecador com a vida íntegra de um cristão.

5.17 Quando a morte reina, há destruição. Quando Cristo reina, somos guiados à vida eterna e passamos a compartilhar da Sua glória.

5.18 Aqui Paulo conclui a comparação, que iniciou no versículo 12, entre as obras pecaminosas de Adão e a obra completa de Jesus. Por meio de Adão veio a condenação. Por meio de Cristo veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida, ou seja, a justificação que produz como resultado a vida.

5.19 O verbo fazer, constituir, aparece neste versículo traduzido como foram feitos. Em consequência do pecado de Adão, as pessoas se tornaram — foram feitas — pecadoras. Através da morte de Cristo, muitos serão feitos justos (em contraste com a justiça imputada, citada em Rm 4.3). Ou seja, os cristãos são cada vez mais constituídos ou feitos justos. Por meio da obra santificadora do Espírito Santo, os cristãos que foram declarados justos por Deus tornam-se continuamente mais íntegros.

5.20 Para que a ofensa abundasse. A Lei amplificou o pecado. O que já estava inerentemente errado se tornou formal e explicitamente pecaminoso uma vez que a Lei foi revelada. Superabundou a graça. O termo grego usado por Paulo é proveniente do verbo hyperperisseúomai, que significa ser muito abundante, ter muita quantidade. O pecado não apenas está impossibilitado de exceder a graça divina, mas também perde seu poder ameaçador quando comparado à graça superabundante de Deus.

5.21 Esse versículo contém duplo contraste: entre o pecado e a retidão, e entre a morte e a vida. A partir do momento em que o pecado entrou no Universo e tornou-se imperante, trouxe consigo a morte, tanto física quanto espiritual. Seu princípio de autoridade estava em separar o gênero humano do Seu Criador e causar o seu fim, tornando-o mortal. Mas, pelo sangue de Jesus Cristo, o pecado foi destronado e a justiça passou a reinar em seu lugar. Considerando que a morte era a ordem do dia na sociedade adâmica, a vida eterna é a ordem do dia para todos os que aceitaram a Jesus Cristo.

É significativo esse contraste. E a diferença entre o pecado cometido pelos homens e a obediência a Cristo, entre o salário do pecado e a dádiva de Deus. Alguns entendem que nesta passagem é ensinada a salvação universal, pois pensam que a amplitude da condenação — todos estavam condenados — é análoga à amplitude da salvação — todos estão salvos. No entanto, isso não é verdade. O novo nascimento é obrigatório para que se obtenha a vida eterna; a expressão qualificativa dessa necessidade é a declaração do versículo 17: os que recebem. Essa expressão ensina que a fé em Jesus Cristo é absolutamente essencial para salvação.

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