Significado de Hebreus 5

Hebreus 5

Hebreus 5 investiga o significado da nomeação de Jesus como Sumo Sacerdote e aborda a imaturidade espiritual dos leitores. O capítulo começa destacando as qualificações de um sumo sacerdote, que deve ser escolhido dentre o povo e designado por Deus. O autor explica que Jesus, sendo o Filho de Deus, foi nomeado Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, figura misteriosa do Antigo Testamento que prenunciava o sacerdócio de Cristo.

O autor expressa preocupação com o crescimento espiritual dos leitores, afirmando que eles se tornaram lentos no entendimento das profundas verdades de Deus. Ele aponta que eles já deveriam ser professores, mas precisam de alguém que lhes ensine os princípios básicos dos oráculos de Deus. Ele os encoraja a ir além dos ensinamentos elementares e avançar para a maturidade espiritual.

O capítulo enfatiza a obediência e humildade de Jesus como o Sumo Sacerdote, que ofereceu orações e súplicas a Deus com grande clamor e lágrimas durante Sua vida terrena. Por meio de Seus sofrimentos e obediência, Jesus foi aperfeiçoado como fonte de salvação eterna para todos os que lhe obedecem, sendo designado por Deus como Sumo Sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque.

O autor, no entanto, adverte os leitores que discutir o tema de Melquisedeque é difícil de explicar por causa de sua estupidez espiritual. Ele expressa o desejo de que eles cresçam em discernimento espiritual e maturidade para compreender as verdades profundas sobre o papel de Jesus como Sumo Sacerdote eterno.

Em termos gerais, Hebreus 5 enfatiza o significado da nomeação de Jesus como Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque. Ele aborda a imaturidade espiritual dos leitores e os chama a ir além dos ensinamentos elementares para alcançar uma compreensão mais profunda e crescimento espiritual. O capítulo destaca a obediência e a humildade de Jesus como fonte da salvação eterna e expressa a necessidade de discernimento espiritual para compreender as verdades profundas do sacerdócio de Cristo.

Comentário de Hebreus

Hebreus 5.1-4 Estes versículos explicam o que significa ser um sumo sacerdote. Um sumo sacerdote deve ser uma pessoa (v. 1-3) chamada por Deus (v. 4). Ele representa o povo e, assim, deve identificar-se com sua natureza humana. Mas também representa Deus para o povo e, por isso, deve ser chamado por Deus para Seu serviço.

Hebreus 5.1 Dons e sacrifícios. A principal referência aqui é a do trabalho do sumo sacerdote no Dia da Expiação, único dia do ano em que um sacerdote entrava no Santo dos Santos (Hb 9.7-10) para expiar os pecados do povo e interceder por ele.

Hebreus 5.2 A expressão “ignorantes e errados” refere-se àqueles do povo que houvessem pecado sem querer, sem a real intenção de fazê-lo (Nm 15.30-36)

Hebreus 5.3 Era exigido que o sumo sacerdote oferecesse um sacrifício, tanto pelo povo, como também por si mesmo, no Dia da Expiação (Hb 9.7; Lv 16.6).

Hebreus 5.4 Chamado por Deus. Arão foi nomeado para a função de sacerdote pelo próprio Deus (Ex 28.1); assim também seus sucessores (Nm 20.23-28; 25.10-13). Aqueles que desafiaram o chamado de Arão ou nomearam a si mesmos como sacerdotes foram mortos por Deus (Nm 16).

Hebreus 5.5-6 Cristo não chamou a si mesmo para o ofício de Sumo Sacerdote; o Pai o chamou. Tanto Salmo 2.7 como o Salmo 110.4 são citados aqui para provar esse fato. O Salmo 2.7 também é citado em Hebreus 1.5, para provar a superioridade de Cristo em relação aos anjos; agora, o autor usa a citação para afirmar o relacionamento especial de Jesus com Deus Pai. A citação de Salmo 110.4 destaca a natureza eterna do sacerdócio de Jesus. Ele é e será o Mediador entre nós e Deus para sempre.

Hebreus 5.7 Cristo não ofereceu sacrifício por si mesmo, mas ofereceu por nós clamor, lágrimas, orações e súplicas de uma vida e morte de obediência. Foi ouvido e Seu sacrifício aceito por causa de Seu temor (obediência reverente). Foi resgatado da morte pela ressurreição.

Hebreus 5.8 Aprendeu a obediência. Jesus não precisava aprender a obedecer como se antes fosse desobediente, mas teve de passar pela experiência de obedecer à vontade do Pai como homem. Ele aprendeu a natureza da obediência.

Hebreus 5.9 Sendo ele consumado. Esta frase não sugere que Jesus não fosse antes consumadamente perfeito. Significa que cumpriu com total sucesso o plano de Deus para Ele. Suportou sofrimento e tentação como ser humano para que pudesse agir verdadeiramente como nosso Sumo Sacerdote, compreendendo nossas fraquezas e intercedendo por nós diante de Deus. “Causa” aqui significa “fonte”. A obediência de Jesus ao Pai o conduziu ao Calvário, à própria morte na cruz. O sacrifício do único ser humano sem pecado em nosso lugar tornou-o a causa, a fonte, de nossa salvação.

Hebreus 5.10 “Chamado” aqui significa designado, ao introduzir o título formal de Cristo, Sumo Sacerdote.

Hebreus 5.11 Embora o autor de Hebreus tenha muito mais para dizer sobre o sacerdócio de Jesus, será de difícil interpretação para os leitores desta carta, que são classificados como negligentes para ouvir. Negligente significa descuidado. Quando essas pessoas ouviram a Palavra de Deus, não devem ter-se mostrado certamente prontas e aptas a aceitá-la (Hb 6.11,12). Mostraram-se descuidadas, preguiçosas, na fé. Seria então tarefa difícil explicar a verdade para elas.

Hebreus 5.12-6.20 O autor prepara seus leitores para receber o ensinamento sobre o sumo sacerdócio de Cristo. Primeiro, reprova a imaturidade espiritual deles (Hb 5.12—6.3) e o fato de haverem abandonado o progresso à maturidade (Hb 6.4-8; observe que todos os verbos nos v. 4-6 estão no passado). Recorda, então, alguns feitos espirituais dignos, da parte deles (Hb 6.9-12), e faz com que se lembrem das promessas que Deus lhes tinha ofertado (Hb 6.13-20).

Hebreus 5.12 Devendo já ser mestres pelo tempo sugere que muitos dos cristãos já deveriam ser instrutores, não no sentido formal (compare com 1 Co 12.29; Tg 3.1), mas já transmitindo a outros o que aprenderam mediante os dons que Deus lhes havia concedido.

Primeiros rudimentos significam as verdades básicas aprendidas pelo crente sobre a fé (Hb 6.1,2). A expressão como que se refere ao bê-á-bá na alfabetização ou à tabuada das quatro operações fundamentais em aritmética. Os primeiros rudimentos são, enfim, os elementos básicos a partir dos quais tudo o mais no saber se desenvolve.

Necessitais. Esses cristãos haviam regredido, por causa do não uso do que aprenderam. Se uma pessoa não pratica o que aprende, esquece, e é preciso que lhe ensinem novamente a mesma coisa. Não usar, não pôr em prática, não exercer, é esquecer.

Leite [...] alimento sólido. O autor ilustra deste modo os ingredientes do crescimento espiritual. O leite equivaleria aos primeiros rudimentos.

O alimento sólido, à revelação mais ampla. Começamos então com o processamento da verdade (1 Pe 2.2), exercitando o princípio da prontidão para aprender. Gradualmente, ativamos o princípio da prática para retenção da verdade. A prática consistente e persistente da verdade resulta em crescimento e a maturidade (esta mesma fórmula é apresentada aos coríntios por Paulo em 1 Co 3.1-4).

Hebreus 5.13 Não está experimentado na palavra da justiça. Grande parte dos primeiros leitores desta carta não tinham necessariamente falta de informação em relação à justiça; o que não tinham era experiência em praticar a informação que possuíam. A maturidade vem com a prática. Ao praticarmos a justiça, teremos menos dificuldade em distinguir o bem do mal.

“Menino”, aqui, é qualificação da imaturidade cristã. A criança, geralmente, tem pouco discernimento e autodisciplina. Precisa ouvir não constantemente, para poder vir a entender. O crente maduro está apto a saber a diferença entre o bem e o mal e controlar seus apetites pecaminosos.

Hebreus 5.14 Perfeitos refere-se aos cristãos espiritualmente maduros. “Costume” significa a prática ou o hábito. Aqueles que têm o costume ou hábito de obedecer à mensagem de justiça amadurecem na fé e estão prontos para discernir tanto o bem quanto o mal.

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