Significado de Hebreus 4

Hebreus 4

Hebreus 4 continua o tema do descanso e da fé, ao mesmo tempo em que fornece mais informações sobre o significado de entrar no descanso de Deus por meio de Jesus Cristo. O capítulo começa mencionando a promessa de entrar no descanso de Deus e a necessidade de temer ficar aquém disso, assim como os israelitas não conseguiram entrar na Terra Prometida devido à sua desobediência e incredulidade no passado.

O autor enfatiza que a promessa de descanso ainda permanece e encoraja os crentes a se esforçarem para entrar nesse descanso pela fé. Ele contrasta o conceito de descanso com a noção de obras, destacando que o verdadeiro descanso não é alcançado por meio de esforços humanos ou obediência à lei, mas pela fé na obra redentora de Cristo.

Baseando-se no relato da criação, o capítulo aponta que o descanso de Deus seguiu Sua obra de criação, indicando o padrão divino de descanso após a conclusão de uma obra. Da mesma forma, os crentes podem experimentar descanso espiritual cessando suas próprias obras e confiando na obra consumada de Cristo na cruz para a salvação.

Hebreus 4 enfatiza o papel de Jesus como o grande Sumo Sacerdote, que pode simpatizar com as fraquezas e tentações humanas, pois Ele mesmo as experimentou enquanto estava na Terra. Assim, os crentes são encorajados a se aproximarem de Deus com confiança, sabendo que podem encontrar graça e misericórdia por meio da intercessão de Jesus.

O capítulo termina exortando os crentes a se apegarem à sua fé e buscarem diligentemente o descanso de Deus, evitando o endurecimento de seus corações na incredulidade. A Palavra de Deus é comparada a uma espada de dois gumes que discerne os pensamentos e as intenções do coração, destacando sua importância em guiar os crentes à fidelidade e obediência.

Em resumo, Hebreus 4 enfatiza a importância de entrar no descanso de Deus pela fé em Jesus Cristo. Ele contrasta a fé com as obras, exortando os crentes a confiar na obra redentora de Cristo em vez de confiar em seus próprios esforços. O papel de Jesus como o compassivo Sumo Sacerdote é destacado, encorajando os crentes a se aproximarem de Deus com confiança. O capítulo pede diligência em buscar o descanso de Deus e obedecer à Sua Palavra para evitar o endurecimento dos corações na incredulidade.

Comentário de Hebreus 4

Hebreus 4.1-11 Em Hebreus 3.12-19, o fracasso de muitos de Israel em entrar no repouso que Deus lhes concedera serve de séria advertência aos cristãos. O autor explica o que esse repouso significa para os cristãos e mostra por que e como se encontra disponível para nós hoje.

Hebreus 4.1 A trágica incredulidade de uma geração inteira de israelitas no deserto (Hb 3.7-19) age como um aviso aos cristãos de hoje para que possam entrar no repouso de Deus, ainda oferecido a Seu povo fiel (v. 6-11).

Hebreus 4.2 “Foram pregadas as boas novas” é tradução de uma única palavra grega, que significa que as boas novas foram anunciadas. As boas novas do repouso de Deus (v. 1) foram proclamadas aos israelitas. A geração mais antiga, liderada por Moisés, falhou em entrar no repouso, a Terra Prometida (Dt 12.9), por causa de sua falta de fé. Do mesmo modo, o evangelho de Cristo foi proclamado aos leitores da carta, e o autor os convoca então para o repouso de Deus, antes que sua incredulidade venha a impedi-los, também, de nesse descanso entrar.

Hebreus 4.3 Desde a fundação do mundo. O repouso da criação de Deus é o arquétipo e tipo de todas as experiências de repouso posteriores.

Hebreus 4.4 E repousou Deus. O tema tem início no repouso do próprio Deus logo após a criação. O fato de Gênesis não fazer menção à noite do sétimo dia da criação forneceu a base para alguns comentaristas judeus concluírem que o repouso de Deus há de durar por toda a eternidade.

Hebreus 4.5, 6 Aqueles. Havia um repouso esperando pelo povo de Deus, mas grande parte da geração do Êxodo não conseguiu entrar nele.

Hebreus 4.7, 8 Assim como muitos israelitas não haviam entrado no repouso de Deus, na Terra Prometida, Davi, longos anos depois de Josué haver liderado os israelitas a ingressarem na terra, advertia sua geração para não endurecer seu coração, a fim de que pudesse entrar no repouso de Deus (Hb 3.7-11). E tal como Davi, o autor de Hebreus convoca a geração atual a responder a Deus hoje (Hb 3.13), que é o dia do arrependimento.

Hebreus 4.9 A palavra grega para “repouso”, neste versículo, é diferente da palavra usada em Hebreus 4-1, 3, 5, 10, 11; 3.11, 18. A palavra, aqui, significa descanso do sábado e somente nesta passagem é encontrada no Novo Testamento. Os judeus geralmente ensinavam que o Sábado prenunciava o mundo vindouro, falando de um dia que seria sempre sábado.

Hebreus 4.10 Repousou de suas obras. Pode ser que se refira ao repouso no qual os cristãos entrarão quando terminarem seu trabalho para o Reino de Deus na terra (Ap 14.13).

Hebreus 4.11 Procuremos. Ao incluir a si mesmo junto com seus leitores, o autor quer exortar os crentes a serem diligentes, a fazer todo o esforço para entrar naquele repouso. Pois o repouso não é automático; exige empenho e dedicação. O perigo está em que os cristãos de hoje, como os israelitas do passado, não persistam, mas caiam em desobediência.

Hebreus 4.12 A palavra de Deus é o padrão de medida que Cristo usará no juízo (2 Co 5.10). A mensagem de Deus é viva e eficaz, penetrando as partes mais íntimas do ser. Diferencia o que é natural do que é espiritual, assim como os pensamentos (as reflexões) e as intenções (desejos) de cada pessoa. A palavra de Deus, enfim, expõe as motivações naturais e as espirituais do coração do crente (Hb 4.7; 3.8,10,12,15; 8.10; 10.16,22; 13.9).

Hebreus 4.13 A expressão “nuas e patentes” significa uma completa exposição e clareza diante de Deus. Todos terão de prestar contas a Deus, que tudo vê e tudo conhece (Rm 14.10-12; 2 Co 5.10).

Hebreus 4.14-10.18 Esta parte, que discorre sobre o sumo sacerdócio de Cristo, é o âmago de Hebreus. O assunto, mencionado em Hebreus 2.17, é reintroduzido, aqui, em Hebreus 4-14-16, discutido resumidamente em Hebreus 5.1-10 e considerado detalhadamente em Hebreus 7.1-10.18. Nosso Sumo Sacerdote é exatamente tal como dele precisamos: Ele pode purificar o pecaminoso coração humano.

Hebreus 4.14 “Visto que” significa voltar ao assunto do sumo sacerdócio de Cristo (Hb 2.17-3.6). “Temos” indica propriedade. No Antigo Testamento, o sumo sacerdote de Israel atravessava o pátio e o véu, no tabernáculo, para então penetrar no Santo dos Santos. Nosso Sumo Sacerdote penetrou nos céus, na presença de Deus, onde se assentou à destra do Pai (Hb 1.3). Seu nome e título, Jesus, Filho de Deus, enfatizam Suas duas naturezas — Sua humanidade e divindade.

Hebreus 4.15 “Compadecer” implica “sofrer com”. Expressa o sentimento por outro de quem já experimentou também sofrimento. Em tudo foi tentado. Jesus passou por todos os graus de tentação (Hb 2.18). Sem pecado (Hb 7.26; 2 Co 5.21). Somente quem não se rendeu ao pecado pode conhecer a intensidade total da tentação. Jesus não se rendeu à tentação.

Hebreus 4.16 Cheguemos é a mesma palavra grega traduzida em Hebreus 10.22. Que contraste com o ficar afastado para que não morra do Antigo Testamento, que os leitores judeus da epístola e seus antepassados certamente cresceram ouvindo! João Batista resume admiravelmente essa diferença, em sua apresentação de Jesus: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Não haverá mais a morte de animais em sacrifício. Nunca mais o sumo sacerdote terá acesso exclusivo ao Santo dos Santos. Confiança é a mesma palavra traduzida por ousadia em Hebreus 10.19, significando, aqui, coragem, audácia, destemor. Os cristãos devem aproximar-se corajosamente de Deus em oração, porque dele é o trono da graça e nosso Sumo Sacerdote se assenta à Sua direita, intercedendo por nós.

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