Comentário de Miqueias 5:1-15 (J.W Scott)

MIQUEIAS 5, COMENTÁRIO, ESTUDO,
Comentário de Malaquias 5

Juntamente com esta seção incluímos Mq 2.12-13. O versículo 2 dá início a um novo capítulo na Bíblia em hebraico. Esse versículo e o seguinte revelam as expectativas da desejosa Israel. Virá um libertador para ser Senhor em Israel. Seu nascimento, em Belém, deixa subentendido que Ele será outro Davi e, portanto, um legítimo pastor do povo de Deus (4). Esta notabilíssima profecia tem tido cumprimento tanto literal como espiritualmente por ocasião do nascimento de nosso Senhor Jesus Cristo, em Belém da Judeia (Mq 2.5-6), e talvez seja feita referência à encarnação do Filho de Deus no versículo 3. Aquele que aqui é aguardado não seria, claramente, um homem comum, terreno. Mas acha-se revestido de eterna dignidade, pois Suas saídas são desde os tempos antigos (2). A obra que faria esse Libertador teria aspecto pastoral, pois seria Ele o pastor do povo. Ele permanecerá (4); cautela, confiança e poder são aqui subentendidos E apascentará (4); algumas versões dizem: “e alimentará seu rebanho”, isto é, Ele nutrirá Seu povo, conduzindo-o a pastagens de tenra verdura e a águas calmas, mediante a graça e o poder de Deus. Será encarado com reverencia e respeito, visto que é majestoso, e traz o nome do Senhor, e Sua fama se espalhará até os confins da terra. Em Sua capacidade de pastor, o governante que vem também é descrito como o arroteador (Mq 2.13), isto é, alguém que remove obstáculos e abre um caminho. O povo de Deus é pintado como ovelhas contidas em estreito curral (Mq 2.12), ansiosas para serem libertadas; e o arroteador não somente escancara o portão mas derruba o curral para facilitar a libertação. Então Ele se posta à testa do rebanho, como seu Líder e Senhor divinamente nomeado. Com tais visões messiânicas o profeta Miqueias ajudou a manter viva, através de séculos cansativos, a esperança de um Salvador nos ansiosos corações do povo de Israel. Ele apreendeu um papel essencial do libertador, o papel de pastor; e, com o pensamento incomum sobre o arroteador, ele nos revela outro aspecto da multiforme glória do Filho de Deus.

Os versículos 5 e 6 formam, em hebraico, uma estrofe de dez linhas. Contemplam uma situação histórica diferente e mais imediata do que a visão anterior. A palavra “homem”, suprida no início do versículo 5, em algumas versões, é melhor omitir. Melhor tradução ainda seria: “Este será a paz”. A invasão por parte da Assíria é antecipada, e com boas razões. Um número indefinido de líderes nacionais, sete ou oito, seriam levantados contra o invasor, pelo que esse invasor seria derrotado e regressaria à sua terra (5-6). Mas então os diversos líderes se fundirão em um só: assim nos livrará
(ele) (6).

Os versículos 7-9 consistem de um poema que tem como tema o remanescente de Jacó, sobre o qual remanescente o Rei proporcionará Sua própria força de leão. As duas estrofes começam com uma frase quase idêntica: E o resto de Jacó estará... no meio de muitos povos (8). Um aspecto do povo é dado na primeira estrofe; é livre e belo como chuva de verão, gentil, refrescante, vivaz, fugidio. Na segunda estrofe esse povo é apresentado como forte, terrível, majestoso, irresistível. Essas duas estrofes formam uma gema poética.

Então se segue, nos versículos 10-15, um relato sobre aquelas coisas nas quais Israel confiava inutilmente, em lugar de confiar em seu Rei, a saber, cavalos e carros (10), fortalezas (11), feitiçarias e agoureiros (12), imagens de escultura (13) e bosques (14). Um prelúdio necessário para reforma em Israel é a remoção dessas idolatrias, no poder de Jeová. Contudo, mesmo nos chamados países cristãos, os homens erroneamente dependem de tais fontes de confiança. Em lugar de confiarem no poder de Deus, põem sua confiança nas riquezas, no poder das posições mundanas e nas formas indignas de fé religiosa, pouco afastadas da superstição.


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